Desalinho [2009]Ficção

Não Entres Aí

Banda Sonora

 

            Não entres aí, por favor. Não entres! Por favor… Não consigo pensar contigo dentro da minha cabeça! Não consigo ser contigo dentro da minha VIDA. Não entres aí, não entres aqui, por favor. Desaparece, duma vez por todas. Abandona-me, e deixa a minha mente, os meus pensamentos, abandonarem a tua imagem eterna, pura, estupidamente bela. Não quero mais pensar em ti. Não quero mais empolar as situações da maneira como faço, não quero mais fazer de ti um super-homem, não quero mais pensar tanto em ti, pois vejo-te ainda melhor do que és, ou alguma vez foste. Não entres aí, por favor não entres.

            Sinto desespero, é tudo o que sinto. Não tenho coragem para nada, ou faria algo, mas não tenho coragem. Nas paredes está pintado o teu corpo, no céu passam nuvens tuas, nas minhas veias viaja o teu sangue. Para ti sei que não sou absolutamente nada, absolutamente ninguém. Pensei que pudesse ser diferente. Pensei que realmente tivesse significado tudo o que me disseste. Pensei em tudo, ouvi tudo de ti, não ouvi nada de mais ninguém. A razão encolhe-se em momentos como este, a razão encolhia-se nos momentos em que olhava para ti. “Não vai doer, eu gosto muito de ti!” – dizias tu. Na altura acreditei, e realmente… não doeu… na hora. Pensei no óbvio, no que querias dizer que não doeria, e esqueci-me completamente de me questionar no quanto doeria depois. Se teria sequer que doer… nem nisso pensei. No momento em que te tive dentro de mim, pensei que te fosse ter para sempre. No momento em que estiveste dentro de mim, pensaste em esquecer-me para sempre.

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