Aqui estou mais uma vez… Fumo um cigarro, sento-me na secretária. Ligo a aparelhagem, uma música triste qualquer. Entra pouca luz pela janela, só permito algumas frinchas, sozinhas… Não quero ver ninguém…
Tento escrever. Escrever mais poemas sobre ti. Esta merda de obsessão. Pus na cabeça que imortalizaria nossa relação em poesia. Sobretudo depois de tudo o que aconteceu e nos afastou. Sei que sou uma merda, sei-o bem… Deitei tudo a perder, e perdi-o mesmo. Arrependo-me? Claro que sim. Tudo daria para não fazer o que fiz, e para fazer o que devia ter feito…
Agora não quero saber. Passou tudo, foi tudo levado de mim, e fico com este papel, onde te escreverei. Não escreverei para ti, mas escrever-te-ei a ti. Devo ficar contente por te ter tido? Não, ter-te tido matou-me… Não te tivera eu tido e agora ainda andava por aí, iludido, à procura da “mulher ideal”… Agora sei que a encontrei, e fiz por a perder.
Espreguiço-me na cadeira. Penso em ti…